quinta-feira, 22 de março de 2012

Curso de Pós-Graduação em Educação Contextualizada

O curso de Pós Graduação Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido Brasileiro é resultado do Projeto de Extensão - Reflexão dos Referenciais teóricos práticos da RESAB nos campi da UNEB, localizados no Semiárido Baiano e uma ação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Contextualizada no Semiárido Brasileiro (NEPEC-SAB). A primeira turma de pós- graduandos teve início em maio de 2011 atendendo a 50 discentes, oriundos dos sistemas públicos de ensino, movimentos sociais, território do Sertão do São Francisco e egressos da UNEB.
O curso de Especialização pretende estimular a compreensão do fenômeno educativo presente no Semiárido e propor saídas para a superação das dificuldades de aprendizagem e consequentemente os baixos indicadores de desenvolvimento social presentes na região.
A segunda turma do curso de Pós-Graduação iníciará em maio de 2012. Em breve divulgaremos as datas de inscrição para os interessados.

NEPEC-SAB um Núcleo de Estudos

O Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão 
em Educação Contextualizada para a 
Convivência com o Semiárido Brasileiro 
(NEPEC-SAB) é um Núcleo de natureza interdisciplinar e interdepartamental, com ações extensionistas e de pesquisa, visando a uma maior integração das atividades científicas dentro do Campus III e demais campis da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) inseridos no Semiárido baiano. Também é um articulado de pesquisadores e docentes, visando o intercâmbio e o diálogo desses,
 estimulando à interdisciplinaridade no campo de investigação acerca da Educação Contextualizada com o Semiárido Brasileiro, buscando a publicação dos resultados desses estudos, com objetivo dedar visibilidade e gerar um acervo
 de dados e fontes para 
Instituições, pesquisadores e estudantes.
O Núcleo funciona no Departamento de Ciências Humanas - Campus III da UNEB, de 
natureza interdepartamental. É composto de escritório administrativo, sediado na sala da Câmara
 de Pós-Graduação do DCHIII.
O NEPEC-SAB é um espaço de estudos, reflexão e pesquisas elencando a Convivência com 
Semiárido Brasileiro como contexto significativo para o desenvolvimento de práticas 
educativas e organizacionais, cuja Educação seja orientadora do olhar, do conhecimento 
e da  compreensão das problemáticas e potencialidades da natureza e do território Semiárido, de
 forma que o educador/a torne seu fazer pedagógico essencial, consciente e comprometido 
com o desenvolvimento integral dos sujeitos dos processos de aprendizagem.
Com esses propósitos, o Núcleo faz-se um canal aberto para receber contribuições e para se 
constituir em espaço de troca de experiências, de reflexões, de materiais de apoio e de
 informações, sempre que dentro das áreas propostas pelo mesmo; enfim, ofertar e receber 
sugestões e ideias de bibliografias, estudos, experiências e pesquisas dentro da 
Educação Contextualizada.
O NEPEC-SAB objetiva ser um espaço organizador de idéias, de pesquisadores e 
extensionistas, professores e estudantes, institucionalizando as atividades voltadas ao ensino, 
pesquisa e extensão, concernentes à temática da Educação Contextualizada para a Convivência 
com o Semiáarido Brasileiro, com ênfase no estado da Bahia.
A equipe é formada por docentes, discentes e técnicos do DCH III, que visem qualificar a experiência de pesquisa, ensino e extensão na área da educação superior e básica voltada para a 
educação contextualizada/convivência com o Semiárido.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Governo lança programa para implementar política de educação no campo



 Foi lançado, na manhã desta terça-feira, 20, no Palácio do Planalto, o Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo), que vai oferecer apoio técnico e financeiro aos estados, Distrito Federal e municípios para implementação da política de educação do campo. A cerimônia de apresentação do programa contará com a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff, e do ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

O programa atenderá escolas rurais e quilombolas. No campo, 23,18% da população com mais de 15 anos é analfabeta e 50,95% não concluiu o ensino fundamental. O Pronacampo baseará suas ações em quatro eixos: gestão e práticas pedagógicas, formação de professores, educação de jovens e adultos e educação profissional e tecnológica. Uma das ações previstas é a educação contextualizada, que promova a interação entre o conhecimento científico e os saberes das comunidades.

Mais de 3 milhões de estudantes receberão material didático relacionado à realidade do campo, por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD Campo). O Programa Nacional de Biblioteca da Escola (PNBE) atenderá professores e estudantes, ao oferecer obras de referência sobre as especificidades do campo e das comunidades remanescentes de quilombos.

O programa Mais Educação, de apoio à educação integral, oferecerá atividades de acompanhamento pedagógico, práticas vinculadas a agroecologia, iniciação científica, direitos humanos, cultura e arte popular, esporte, lazer, memória e história das comunidades tradicionais. A meta é atender 10 mil escolas com educação integral até 2014.

Professores – A formação de professores também receberá atenção especial, com oferta de aperfeiçoamento para professores do campo e de escolas quilombolas. Além disso, o Pronacampo apoiará a oferta de formação inicial, continuada e pós-graduação para professores, gestores e coordenadores pedagógicos que atuam na educação básica do campo.

Para reforçar a formação de professores, serão oferecidos cursos de licenciatura em educação do campo pelas instituições públicas de ensino superior. A Universidade Aberta do Brasil (UAB) expandirá 200 polos para atender os professores do campo e serão destinados recursos de apoio à manutenção dos polos por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola.

Adultos – Para desenvolver a educação de jovens e adultos e educação profissional e tecnológica, o governo federal pretende expandir a oferta de cursos voltados ao desenvolvimento do campo nos institutos federais. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Campo apoiará a inclusão social dos jovens e trabalhadores do campo. Para isso, serão dedicadas 120 mil bolsas de estudo do Pronatec Campo.

O quarto eixo do Pronacampo trata da infraestrutura física e tecnológica das escolas. Até 2014, o programa apoiará a construção de 3 mil escolas, obras de infraestrutura e a aquisição de 8 mil ônibus escolares.

Além da estrutura física, o Pronacampo promoverá a educação digital e o uso pedagógico da informática nas escolas do campo e quilombolas. Também está prevista a instalação de recursos digitais em 20 mil escolas até 2014.

Assessoria de Comunicação Social

quinta-feira, 15 de março de 2012

Pesquisadores discutem sobre “Memória e Identidade”

Por Lorena Santiago

Memória e Identidade é o tema do III Ciclo de Estudos realizado pelo Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Contextualizada no Semiárido Brasileiro (NEPEC-SAB), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

A memória e a identidade são assuntos que estão sendo cada vez mais discutidos pelos pesquisadores, e possuem diversos conceitos. A memória é construída em torno de conhecimentos que caracterizam um momento histórico. E a identidade, emana de questões sociais, culturais e políticas de um povo.

Para debater essa temática estarão presentes os professores Josenilton Nunes, Doutor em Educação e Paulo Soares, Mestre em Ciências Sociais. A discussão acontece no dia 21 de março a partir das 19h, na sala 05, do Departamento de Ciências Humanas III (DCH III) da UNEB.

terça-feira, 13 de março de 2012

Fundamentos e práticas da Educação Contextualizada

Por: Lorena Santiago
A formação dos educadores, as práticas realizadas nas pesquisas e os processos identitários das populações sertanejas constituem os princípios e noções que  norteiam a Educação Contextualizada no Semiárido Brasileiro. Abordando essa temática o livro “Educação Contextualizada: fundamentos e práticas”, dos organizadores Edmerson dos Santos Reis e Luzineide Dourado Carvalho  reúne nove artigos de especialistas, mestres e doutores.
A coletânea contribui para a fundamentação de estudos sobre a Educação Contextualizada, um método de ensino diferenciado que prioriza as questões da vida dos sujeitos, as problemáticas e as potencialidades do contexto local. A obra busca dar sentido e significado aos saberes e conhecimentos locais, intercalando com os saberes mais diversos. Segundo os organizadores, a intenção da coletânea é colaborar para a manifestação de um novo pensar no Semiárido e sobre o Semiárido, com a finalidade de construir uma Educação Libertadora.

Educação do Campo: uma relação entre escola e meio

Por Lorena Santiago


“Educação do Campo: escola, currículo e contexto” é um livro que amplia o debate em torno da relação entre a escola e o meio em que ela se encontra. Trazendo a história da Questão Agrária no Brasil e a trajetória da Educação Escolar das pessoas que vivem no campo, desfavorecidas por um projeto educacional capitalista e urbanocêntrico que beneficia as elites que enriqueceram com a exploração do campo, ponto identificado nos trechos da publicação em vários momentos históricos.
O autor da obra Edmerson dos Santos Reis, Doutor em Educação, militante e pesquisador da Educação do Campo aponta as raízes da descontextualização da Educação no Campo Brasileiro e a exclusão dos sujeitos ao direito de uma educação escolar contextualizada com o seu meio de vivencia. Mostra também, a luta dos camponeses pela terra como fonte de vida, em contramão ao latifúndio que ver a terra  somente para fins lucrativos.
O texto propõe uma reflexão sobre a trajetória da Educação no Semiárido Brasileiro que sempre foi estigmatizado pelas demais regiões do país como a região da inviabilidade, desconsiderando todas as suas potencialidades e a sua gente, e sobre a construção de um novo currículo escolar para os estudantes dessas localidades, que paute-se pelo desenvolvimento de atitudes voltadas à construção de um projeto de desenvolvimento de nação, sustentável, solidário e integrado, que tenha nos povos e no campo uma possibilidade de inclusão e de correção das desiguldades construídas historicamente. Nessa perspectiva, o currículo e a escola estarão sim, estabelecendo uma ligação entre escola, comunidade e meio.
Os interessados em adquirir o livro devem entrar em contato com a Associação de Desenvolvimento e Ação Comunitária (ADAC) pelo:
Valor: R$20,00
Depósito no Banco Itaú – Ag: 1007 C/C: 25857-5
Enviar comprovante de depósito com endereço para o e-mail acima.
Contatos ADAC: (74) 3613-3083



Educação contextualizada é alternativa para aproximar escola e comunidade

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional defende que os professores utilizem elementos da contexualização e da realidade local em suas práticas de ensino. Contudo, os professores têm dificuldade de adotar essa forma de ensino, pois é necessário que o educador consiga manter um diálogo com as demais áreas de aprendizagem para que o aluno possa relacionar a narrativa de um texto com as vivências cotidianas.

Para o Doutor em Educação e professor da Universidade do Estado da Bahia, Edmerson dos Santos Reis, os docentes devem se desprender das atividades dos livros didáticos e realizar estudos de meio, como enquetes com a comunidade e fazer o tratamento das informações obtidas, juntamente com os estudantes, avaliando o objeto de estudo - a comunidade - para que tanto o docente como o aluno reconheçam o meio em que vivem.

Após estudos e avaliações, é possível desenvolver práticas que ajudem a amenizar os problemas encontrados na região. “Através de enquetes sobre as condições de vida da comunidade de Massaroca foi elaborado um projeto com o apoio de uma ONG americana, a Pathfinder, onde foi possível trabalhar elementos referentes à saúde da mulher”, relata Reis.

Esse novo paradigma de ensino está centrado na Educação Contextualizada, que prioriza as questões da vida dos sujeitos, as problemáticas e as potencialidades do contexto local. É um modelo educacional que defende um currículo escolar no qual o estudante se reconheça e procure compreender o seu próprio ambiente. “Mas como proporcionar esse conhecimento se muitas vezes o professor que está ali para informar, não conhece a região em que ensina? Às vezes, o educador sabe apenas o caminho que o leva até a sala de aula, mas não conhece a realidade em que seus alunos vivem”, enfatiza o pesquisador.

A Escola Rural de Massaroca (ERUM) é uma das poucas escolas da rede municipal de Juazeiro, onde os professores trabalham a contextualização da educação há mais de dez anos, utilizando métodos como observação, compreensão e transformação da realidade. Alguns projetos foram introduzidos, contribuindo para a qualidade de vida do povo da região, como projetos de organização da juventude, saúde da mulher, organização comunitária, criação de galinhas, horta comunitária, manejo do rebanho e manejo da caatinga.

A professora Maria Letícia que leciona há dois anos no projeto “Mais Educação” na Escola Paulo VI, situada em Juazeiro, relata que busca ensinar a seus alunos de maneira diferenciada. Mas com a falta de incentivo, junto com a formação que os professores recebem, afirma que não é possível trazer para sala de aula a realidade do semiárido. A educadora ressalta ainda que muitos professores não conhecem exatamente o que é a Educação Contextualizada, que se fundamenta na desconstrução do currículo universalista. Para pesquisadores e organizações não-governamentais como a Rede de Articulaçao do Semiárido (RESAB) a Educação Contextualizada deve ser introduzida em todas as regiões do país, pois cada localidade possui determinadas características.

Segundo o Doutor em Educação Josemar Martins, “a contextualização da educação não diz respeito apenas às escolas do campo, mas também às escolas urbanas. Os impedimentos ou dificuldades da inserção deste modelo de ensino nas escolas do campo são os mesmos que verificamos nas escolas urbanas, ou seja, é a tradição de um currículo universalista e generalista que temos”.

O ensino escolar não contextualizado traz sérios prejuízos aos futuros adultos que não conseguem fazer o trabalho de retextualização, ou seja, não conseguem relacionar os conteúdos didáticos com a realidade em que vivem. Os textos não traduzem a sua realidade de mundo. Muitas vezes, isso é motivo da evasão escolar, pois os alunos não se sentem atraídos pelos assuntos discutidos no ambiente educacional, como esclarece Edmerson Reis.

Modelos para um currículo escolar que respeite a realidade regional podem transformam o ensino no semiárido, seja por meio da inserção dos educadores na comunidade e o retorno à escola para uma problematização sistematizada da "realidade", o que pode trazer intervenções concretas, como esclarece Josemar Martins. São ações como essas que podem fortalecer o conhecimento sobre as localidades e aproximar alunos e docentes da comunidade.

Por: Lorena Santiago (texto)
Laércio Lima (foto)

O que é o NEPEC-SAB?

O Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Educação Contextualizada com o Semiárido Brasileiro (NEPEC-SAB) busca contribuir para o desenvolvimento do semiárido baiano. O Núcleo é um espaço de estudo, reflexão e pesquisas com ênfase em práticas educativas e organizacionais, compreendendo as problemáticas e as potencialidades da região.